quarta-feira, 4 de julho de 2007

Notas Soltas (I)

Estava a ver um conjunto de iniciativas que a campanha de António Costa tem previstas para as próximas semanas e detive-me no “Encontro com Jovens”, a realizar no Belém Bar Café (BBC) no dia 10 de Julho. Lembrei-me, a propósito, de uma conversa que tive há uns dias atrás, enquanto participava na Marcha Gay. Foi sobre Lisboa, poder local e adolescentes, a dita conversa, em particular sobre a constatação de que as grandes linhas programáticas especificam as crianças e os velhos, mas quase não falam desta faixa etária.

Os desgraçados dos adolescentes (tantas vezes chatos, inconvenientes e irritantes, é verdade) são uns seres da terra de ninguém. Não são pequenos nem grandes. Para mais, não votam…

Mas eu gosto dos tipos, divertem-me. E “amar é amar com e não apesar de”, como dizia a Yourcenar.

Que tal preocuparmo-nos menos em lhes arranjar “ocupação”, com actividades que os “guardam” e que nos “descansam” (a nós, os adultos), e mais em lhes perguntar o que querem, responsabilizando-os pelas escolhas? Que tal discutirmos com eles os “nossos medos”? Que tal termos uma atitude pró activa na prevenção da toxicodependência e da gravidez adolescente? Que tal criarmos alternativas complementares aos projectos familiares e escolares? Que tal criarmos fóruns municipais de informação e esclarecimento? Que tal fazê-lo em articulação com estruturas já existentes, como é o caso, por exemplo, do Instituto da Juventude?

Acima de tudo, estes borbulhentos seres, com as hormonas todas aos saltos, têm direitos.

AMP